Diante
da tragédia ocorrida em Santa Maria, ressurge uma pergunta silenciosa que
preocupa muitas pessoas: Onde estava Deus? Por que Ele permitiu isso?
Essas perguntas já foram feitas e
discutidas várias vezes na história da humanidade. Em 1710 o
filósofo alemão Gottfried Leibniz
usou pela primeira vez o termo grego “Teodiceia”, termo que ficou conhecido como a tentativa de defender Deus
diante de acusações do tipo: “Se Deus é o Todo-poderoso, por que o mal existe?”
O problema todo surge de três
afirmações que racionalmente não podem coexistir: 1 – Deus Existe; 2 – Deus
é Todo-Poderoso; 3 – O mal existe.
Se Deus existe e é Todo-poderoso, como é que o mal existe? A este problema
foram dadas várias explicações ao longo dos séculos, contudo nenhuma respondeu
completamente a pergunta.
Se Deus é bom e amoroso, por que
permitiu essa tragédia? Onde estava Deus? Poderíamos tentar praticar a teodiceia e procurar alguma desculpa
para Deus. Por exemplo: “A culpa não foi de Deus, mas sim, do ser humano que
não fez a sua parte.” A princípio podemos até concordar com essa resposta. Mas,
se Deus é Todo-poderoso, é bom e amoroso, Ele não poderia ter evitado?
A
primeira parte da resposta a essas perguntas deveria ser: não sei! Por que Deus permitiu? Não sei! Deus não nos deu a
resposta sobre todas as coisas. Martinho Lutero disse: “Deus
não é para ser explicado, mas sim, anunciado.” Nossa função não é a de defender
Deus, mas sim, anunciar o seu amor.
Se a
primeira parte da resposta foi: “Não
sei!”; o que é que nós sabemos sobre Deus para dizer a estas pessoas? Se
Deus não revelou a resposta exata sobre a existência do mal, o que é que Ele
revelou claramente a nós para anunciarmos?
Deus
se revelou completamente ao ser humano quando se fez homem e habitou entre nós.
Nós conhecemos Deus através de Jesus Cristo. Se procuramos respostas divinas, é
nEle que devemos acha-las.
Por
que Deus permitiu essa tragédia? Não
sei! Onde estava Deus? Deus estava
lá, através do Deus que conhecemos – Jesus Cristo, anunciando pela boca do povo
de Deus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”.
(Jo 11.25) Diante da morte não há consolo. Contudo Jesus não promete morte,
mas sim, vida a todo que nele crer. Essa é a esperança e a única resposta. Eis
o amor, bondade e Todo-Poder do Deus que existe e se doa pelo ser humano.
Oremos por todos os enlutados. Que Deus os conforte. Amém
P.Ismael Verdin